Bom dia, hoje deixo o meu projeto de pesquisa para a graduação, este trabalho é o planejamento do meu TCC (trabalho de conclusão de curso).
FACULDADE ALFREDO
NASSER
INSTITUTO SUPERIOR DE
EDUCAÇÃO
CURSO LETRAS
AMANDA FERREIRA NAVES
MARIA DE FÁTIMA PEREIRA
DA SILVA LIMA
LEONARDO: A
REPRESENTAÇÃO DO MALANDRO NO ROMANCE MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
APARECIDA DE GOIÂNIA -
GO
2015
AMANDA FERREIRA NAVES
MARIA DE FÁTIMA PEREIRA
DA SILVA LIMA
LEONARDO: A
REPRESENTAÇÃO DO MALANDRO NO ROMANCE MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
Trabalho
apresentado como requisito parcial à integralização da P2, da disciplina Pesquisa
em Letras, do curso de Letras, do Instituto Superior de Educação da Faculdade
Alfredo Nasser, sob orientação da Professora Karla Silvia.
APARECIDA DE GOIÂNIA -
GO
2015
SUMÁRIO
1
DELIMITAÇÃO DO TEMA............................................................................................. 03
2
PROBLEMA........................................................................................................................ 03
3
HIPÓTESE........................................................................................................................... 04
4
OBJETIVOS........................................................................................................................ 05
4.1Geral.................................................................................................................................. 05
4.2Específicos......................................................................................................................... 05
5
JUSTIFICATIVA................................................................................................................ 06
6
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................... 07
6.1 Histórias da
vestimenta: criança como adulto e os produtos infantisda
atualidade............................................................................................................................... 07
6.2 Mídia,
Publicidade: consumismo e erotização precoce..................................................... 08
6.3 Família e escola:
erotização............................................................................................... 09
7
METODOLOGIA................................................................................................................ 12
8
CRONOGRAMA................................................................................................................ 13
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 14
1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Leonardo:
a representação do malandro no romance Memórias de um Sargento de Milícias.
2 PROBLEMA
Manuel Antônio de Almeida, com o
personagem Leonardo, na Obra Memórias de um Sargento de Milícias, cria o
primeiro malandro da literatura brasileira. Ele é considerado assim por sua
postura e atitudes tomadas durante a obra. Ressaltando que para o malandro o
que importa é a sobrevivência, é um tipo individualizado que possui um modo
próprio de falar, andar e vestir-se.
Diante
dessas considerações, coloca-se como problema para essa pesquisa o seguinte:
Leonardo pode ser considerado herói ou anti-herói? Quais são as influências do
romance picaresco espanhol na obra? Porque o malandro adapta-se tão bem a
sociedade, ao ponto de ser reconhecido como personagem nacional?
3 HIPÓTESE
O
personagem é sim um malandro, mas, consegue perfeitamente adaptar-se a
sociedade, pois afinal pode ser um retrato da sociedade, reage de acordo com o
que é imposto e pelos impulsos dos momentos. Não é possível classificar Leonardo como herói e nem como anti-herói,
pois tem um pouco de cada um, mas, podemos afirmar que é o primeiro malandro da
história da literatura brasileira.
O
personagem que ficou conhecido como malandro, sempre se ajeita de um lado e de
outro e consegue com isso resolver problemas, sempre usando a sua malandragem,
o que tornou possível o reconhecimento a nível nacional.
A
forma fácil com que o malandro consegue se adaptar a sociedade é o fato de ser
conhecido como personagem nacional, tudo isso deve-se a interação que a
sociedade tem com o malandro, ao fato de se reconhecerem no personagem.
4 JUSTIFICATIVA
Memórias
de um Sargento de Milícias (1852-1853) é o primeiro romance da literatura
brasileira a descrever as camadas populares menos favorecidas visando à
realidade em que passava a época, com isso, o autor apresenta personagens não
idealizados, como o personagem principal Leonardo que se aproxima mais do
anti-herói e lembra as peripécias de heróis picarescos, mas, há estudos que
negam que ele seja um pícaro, conforme Antônio Cândido:
“[…]
Leonardo não é um pícaro, saído da tradição espanhola; mas o primeiro grande
malandro que entra na novelística brasileira […]”. (1970, p. 71).
Portanto
ao fazer um paralelo da obra com teorias, percebemos que Leonardo não trás
todas as características do herói pícaro, com isso, a análise da obra abordará
as característica presente no personagem é definirá se ele pode ser considerado
um anti-herói.
Ressaltando
que para definir Leonardo em seus aspectos, é complicado, pois ele é um
personagem múltiplo: não é trabalhador, mas também não é ladrão ou marginal,
não pertence ao mundo da ordem ou da desordem, é visto como um ser esperto, mas
é vulnerável. A figura, o Malandro, na obra contribui para reforçar a ideia do
brasileiro como: maleável, alegre, com jogo de cintura e sempre da o seu
‘jeitinho’ para solucionar os impasses, com isso, se torna propício para o
desenvolvimento do jeito malandro se ser.
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivos
Gerais
Analisar o
personagem principal da obra Memórias de um sargento de milícias, de acordo com
teorias literárias.
5.2 Objetivos
Específicos
Relacionar
o personagem com heróis picarescos;
Definir
se Leonardo pode ser considerado herói ou anti-herói;
Esclarecer
porque Leonardo é o primeiro Malandro da Literatura Brasileira.
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No
ano de 1970, o autor Antônio Cândido faz uma interpretação da obra Memórias de
um Sargento de Milícias e redefini a maneira como o romance era absorvido, com
isso instaura a “Dialética da Malandragem” que procura refutar a tese de que a
obra possa ser filiada à picaresca espanhola, portanto o crítico acaba
identificando uma nova linha de teórica-literário brasileiro: o romance
malandro, ou seja, Manuel Antônio de Almeida ao criar Leonardo, estaria criando
o primeiro personagem malandro da literatura nacional.
Para
Cândido a maneira em que obra atua na imaginação do leitor, com a eficiência e
a durabilidade, perpassando os tempos, deve-se a sua natureza popular, com
isso, ocorre à aceitação de Leonardo ao ponto de ser reconhecido como
personagem nacional. Destacando que a narrativa se passa no início do século
XIX, no tempo do rei, é só teve o devido reconhecimento depois do Modernismo.
Durante o seu estudo Cândido analisa a obra
Memorias é faz um paralelo com os romances picarescos, no caso as três obras que
constituem o núcleo clássico, ou picaresca clássica que são: Lazarillo
de Tormes, de autor anônimo, publicada em 1554, Guzmán de Alfarache, de Mateo
Alemán, cuja primeira parte apareceu em 1599 e a segunda em 1604, e El Buscón,
de Francisco de Quevedo, que vem a público no ano de 1626. Portanto Antônio
Cândido identifica aspectos que diferencia Leonardo dos heróis picarescos mesmo
tendo algumas características comuns. Partindo desse pressuposto, seguiremos essa
linha teórica.
6.1 Como
relacionar o personagem com heróis picarescos?
Heróis pícaros
|
Personagem (Leonardo)
|
Origem
humilde
|
Origem
humilde
|
Personagens
se mostram irregulares.
|
Irregular,
ou seja, filho de uma pisadela e um beliscão.
|
Pícaros
são amáveis e risonhos
|
Amável
e risonho
|
Vive
ao sabor da sorte
|
Vive
ao sabor da sorte
|
Como
dito antes, o personagem não é considerado picaresco, contudo apresenta
relações com personagens picarescos. Conforme Cândido (1970, p. 69), “Em
compensação, Leonardo filho tem com os narradores picarescos algumas
afinidades”. Pois ele é malandro assim como o pícaro, apresenta astúcia e é
também aventureiro como no folclore, mas diferente do pícaro que sempre quer
tirar algum proveito, o personagem é astucioso, entretanto prática suas
peripécias sem intenção de prejudicar alguém.
Portanto
A. Candido nega que Leonardo seja um pícaro e afirma que ele é um malandro:
Leonardo não é
um pícaro, saído da tradição espanhola; mas o primeiro grande malandro que
entra na novelística brasileira, vindo de uma tradição folclórica e
correspondendo, mais do que se costuma dizer, a certa atmosfera cômica e
popularesca do seu tempo, no Brasil. Malandro que seria elevado à categoria de
símbolo por Mário de Andrade em Macunaíma. (1970, p. 71)
Vale
ressaltar que pesquisas desenvolvidas por Mário González, que culminaram em seu
estudo “A saga do anti-herói” traz a proximidade do malandro e o pícaro.
6.2 Afinal,
Leonardo é herói ou anti-herói?
O
personagem oscila entre herói e anti-herói, desse modo caracteriza-se como
herói quando se apaixona por vidinha é durante a história acontecem
reviravoltas até que eles consigam ficar juntos é pode ser considerado um
anti-herói ao caracterizar astuto e aventureiro.
De
acordo com Candido, (1970, p. 71), “[...] dele fazendo, menos um “anti-herói”
do que uma criação que talvez possua traços de heróis populares como Pedro Malasartes”.
Portanto,
nosso herói é mais um anti-herói, parecido com outros tipos astuciosos das
histórias que já conhecemos. Não é possível defini-lo como herói ou anti-herói,
pois o personagem apresenta características de ambas às partes, ao mesmo tempo
ele apresenta algumas características de heróis picarescos, como já foi
apresentado posteriormente.
6.3 Leonardo, o
primeiro malandro da literatura brasileira.
Ainda
não se havia falado de um personagem como o Leonardo, que com suas travessuras
ainda quando criança e sua esperteza com o passar do tempo tornar-se o primeiro
malandro. Com características de uma figura popular, o malandro apresenta
traços e estereótipos com: vagabundagem, esperteza, preguiça, sensualidade
(mulherengo), indisciplina, inteligência, simpatia entre outras, com isso Leonardo
ganha espaço e se encaixa como o primeiro malandro brasileiro.
Antônio
Cândido rejeita em seu estudo a possibilidade de Leonardo ser considerado um
pícaro embora possua algumas características semelhantes, então o personagem é
considerado por ele como: “O primeiro e grande malandro que entra na
novelística brasileira, vindo de uma tradição quase folclórica e
correspondendo, mais do que se costuma dizer, a certa atmosfera cômica e
popularesca de seu tempo, no Brasil” (CÂNDIDO, 1970, p. 71).
O
malandro adapta-se tão bem, ao ponto de ser reconhecido como personagem
nacional, pois o malandro transferiu-se das ruas para a ficção. A malandragem
brasileira é um traço peculiar da forma de ser nacional expressa em
gestualidades diversas como o “jeitinho”, a safadeza e a ascensão social com
pouco esforço.
7 METODOLOGIA
A
pesquisa é realizada através de obras e artigos literários, visando levantar
características do Malandro, com isso, fazer uma análise profunda do personagem
Leonardo e os aspectos marcantes daquela sociedade em que estava inserido.
A
metodologia utilizada na pesquisa desenvolve-se de forma comparativa e
destacando aspectos, fazendo o paralelo entre a obra e as teorias, tendo a
finalidade de analisar o personagem principal, ressaltando que serão analisadas
e interpretadas as obras dos autores: Botoso (2011) Candido (1970), Gonzalez
(1994), Veríssimo (1915) entre outros.
Os
autores e obras utilizadas como referencial teórico serão dispostos por meio de
leitura e fichamento. Portanto tendo o objetivo de contribuir para a
fundamentação teórica e apoiar a pesquisa sobre o primeiro Malandro Brasileiro.
8 CRONOGRAMA
Etapas
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Meses
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Agosto
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Setembro
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Outubro
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Novembro
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Dezembro
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Levantamento bibliográfico
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Elaboração do projeto
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x
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Coleta de dados
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x
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x
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Análise de dados
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x
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Revisão teórica
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Elaboração do relatório final
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Revisão do texto
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Entrega do trabalho
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BOTOSO,
Altamir. Um estudo de três momentos significantes da picaresca clássica
espanhola. Revista Virtual de Letras, UNESP, v. 2, n. 1, 2010.
CANDIDO,
Antônio. “Dialética da Malandragem”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 8, São Paulo,
1970, p. 67-89. Disponível em: http://acd.ufrj.br/pacc/literaria/malandro.html>
Acesso em: 14 set. 2003.
_______.
Literatura e Sociedade. Rio de
Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Metodologia do Ensino Superior. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2005.
GONZALÉZ, Mário M. A Saga do Anti-herói. São Paulo: Nova
Alexandria, 1994.
MOTTA,
Luiz Gonzaga. A narrativa mediada e a permanência da tradição:
percurso
de um anti-herói brasileiro. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n.
38 p. 185-212, 2011.
VERÍSSIMO, José. História da Literatura Brasileira
[Livro eletrônico] Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2002.
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